Lula ou Bolsonaro: quem investe melhor?

(Foto Lula: Bloomberg / Foto Bolsonaro: Evaristo Sa/Getty Images / Design: Micaelle Morais/Mercatus)

Antes de iniciarmos, vamos reformular a pergunta do enunciado acima, pois, buscar quem investe melhor nos levaria a uma análise de performance, métricas de risco e retorno de cada ativo e ou da carteira como um todo. E, não é isso que buscamos – e nem teríamos informações suficientes para tanto.

A melhor questão a se colocar é quão bem estão alocados os bens e direitos divulgados ao TSE pelos candidatos à presidência do Brasil. Existe uma preocupação com liquidez e aposentadoria? Existe uma estrutura para sucessão deste patrimônio? Os ativos que compõem a carteira estão bem diversificados?

Não vamos considerar objetivos de longo prazo em função da idade já avançada dos candidatos – neste caso, não se tem a capacidade de correr maior risco dado o horizonte de tempo limitado. Logo, o investimento em ações e outros ativos de renda variável ficam bem limitados.

O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), declarou um patrimônio total de R$ 2.317.554,73. Confira abaixo a distribuição dos ativos de Bolsonaro (passe o mouse ou clique em cada área para visualizar o valor):

Imóveis e poupança, uma combinação bem brasileira. Bolsonaro concentra enormemente seus bens nessas duas classes de ativos – imóveis e renda fixa.

Porém, possui uma boa liquidez para fazer frente a imprevistos e aproveitar oportunidades. Por outro lado, não diversifica entre outras classes de ativos e não pensa em previdência e muito menos na sucessão desses bens.

Já o candidato Luiz Inácio Lula da Silva declarou bens e direitos que totalizam R$ 7.423.725,78. Confira abaixo a distribuição dos ativos de Lula (passe o mouse ou clique em cada área para visualizar o valor):

Lula atenta para pontos importantes da gestão patrimonial como aposentadoria e sucessão ao priorizar um plano de previdência privada tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que concentra 75% do seu patrimônio (cerca de R$ 5,6 milhões).

Ainda que pareça um percentual bem elevado concentrado em Previdência, a alocação é bem importante por dois principais motivos:

  • Permite a conversão em uma renda mensal que pode ser vitalícia, temporária ou por prazo certo. O que pode garantir segurança de renda na fase de aposentadoria;
  • E, ainda, permite a transmissão dos valores, em caso de falecimento, para os beneficiários indicados no plano sem a incidência de ITCMD. Constituindo um importante instrumento de planejamento patrimonial.

Apesar de não ser o ideal, Lula pode usar o VGBL como reserva (a depender do prazo e regime tributário escolhido) fazendo resgates em emergências ou oportunidades. E, assim como Bolsonaro, também peca no quesito diversificação do patrimônio em classes de ativos.

Por fim, devemos ter em mente que para se fazer uma boa Alocação de Ativos devemos realizar uma análise completa e integrada da situação financeira do indivíduo, visando criar estratégias para atingir seus objetivos financeiros e pessoais. 

Dito isto, desconfie de quem tira conclusões (como quem investe melhor) sem informações e sem a análise necessária para tanto. Provavelmente essa pessoa quer te vender algo.


Guilherme Lages é economista, especialista em Finanças, Investimentos e Banking (PUC-RS) e tem MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas. Hoje, atua como assessor de investimentos, trazendo segurança patrimonial para famílias através de um trabalho especializado no planejamento financeiro e diversificação global dos investimentos.


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Guilherme Lages é economista, especialista em Finanças, Investimentos e Banking (PUC-RS) e tem MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas. Hoje, atua como assessor de investimentos, trazendo segurança patrimonial para famílias através de um trabalho especializado no planejamento financeiro e diversificação global dos investimentos.

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