Fotógrafo alagoano leva a Paris exposição sobre mulheres trans

(Fotos: Paulo Accioly)

(Fotos: Paulo Accioly)

Paulo Accioly conta a história de brasileiras imigrantes esquecidas.

O fotógrafo alagoano Paulo Accioly será um dos artistas que irão expor seus trabalhos no “Ce qui est déjà là” (“o que já existe”, em tradução livre), em Paris. A exposição acontece no Centre Pompidou de 1º a 4 de junho.

O trabalho exposto faz parte de uma pesquisa feita por Paulo na França, no meio do ano passado, e trata sobre mulheres transsexuais brasileiras que são ou foram garotas de programa em Paris.

“É uma pesquisa sobre entender a vida dessas mulheres sob uma ótica mais humana, porque a gente sempre tem essa visão muito preconceituosa de mulheres transsexuais, de garotas de programa, de imigrantes”, explica Accioly.

“A ideia do projeto era simplesmente conversar com elas, entender um pouco do amor, do futuro, das tristezas, dos medos, das alegrias, fugindo um pouco dessa discussão sobre a prostituição em si, sobre essas questões que geralmente são tão presentes”, completa.

Por ter feito residência artística no instituto que organiza a exposição, Paulo foi um dos convidados a exibir seu trabalho. A exposição contará com outras produções de residentes, que também envolvem grupos minoritários, como população preta, mulheres, crianças de abrigo e imigrantes.

Alagoano busca dar voz a minorias em seus projetos

Buscando sempre conversar com grupos esquecidos, apagados ou silenciados para dar visibilidade e uma luz sobre suas histórias, Paulo Accioly já teve oportunidade de exibir trabalhos no exterior, a maior parte na França, por ter realizado estudos de arte e imagem no país.

O fotógrafo diz ter ficado bastante emocionado e “meio besta” ao receber o convite, já que o Pompidou é seu local favorito no mundo.

“Eu sou apaixonado pelo local da exposição. Desde que eu comecei a viajar e conhecer as coisas, sempre amei ele, achei incrível, revolucionário demais. Eu nunca imaginei que algum dia eu poderia ter algo lá”, comenta.

Em junho, o fotógrafo lança um filme do projeto com as mulheres transsexuais, que será exposto no Pompidou. O filme “Por que tem tanta gata na Europa?” está em fase de finalização, e tem previsão para ser lançado no próximo mês.

Os próximos trabalhos do alagoano já estão sendo colocados em prática: além de ter alguns projetos voltados para a população LGBT, Paulo está iniciando um sobre cultura popular, com artesãos e mestres esquecidos.

Um dos trabalhos do fotógrafo que ganhou bastante destaque foi no Pinheiro, um dos bairros afetados pelo crime ambiental causado pela Braskem, com a extração da salgema.

O projeto “A gente foi feliz aqui” trouxe colagens em tamanho real dos moradores que precisaram se retirar de suas casas no local.

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