A cesta básica do Recife mostra queda pontual em novembro, mas mantém trajetória de alta no acumulado do ano
O Recife encerrou novembro com uma leve redução no custo da cesta básica, mas o alívio no bolso do consumidor não foi suficiente para mudar o cenário mais amplo: no acumulado de 12 meses, a capital pernambucana apresenta a segunda maior alta do país. O resultado revela um comportamento de preços marcado por oscilações intensas entre alimentos essenciais, ao mesmo tempo em que pressiona a renda das famílias.
Queda mensal não compensa alta acumulada
Em novembro, o valor da cesta básica no Recife caiu 1,53% em relação a outubro, atingindo R$ 598,73. A redução foi puxada por quedas expressivas no tomate e no arroz, além de recuos em itens como manteiga, açúcar e pão francês — um movimento observado na maioria das capitais brasileiras no mês.
Mas o recuo pontual vai na contramão do comportamento anual. Em 12 meses, o Recife acumula alta de 3,56%, ficando atrás apenas de Salvador. O avanço é reflexo do encarecimento de produtos que têm peso significativo na alimentação diária, como café em pó, banana, carne bovina e óleo de soja.
O cenário mostra contrastes: enquanto itens como arroz, leite, açúcar, feijão e farinha apresentam quedas relevantes em um ano, outros mantêm forte tendência de alta. O resultado é uma cesta básica volátil, influenciada por fatores climáticos, variações na oferta agrícola, custos logísticos e oscilações do mercado internacional de alimentos.
No acumulado de janeiro a novembro, a capital também registra a segunda maior variação do país, com aumento de 1,76%. Mesmo com essa elevação, Recife continua entre as capitais nordestinas com cesta mais acessível em termos de preço absoluto.
Peso no orçamento e sinais para o próximo ano
Com o valor registrado em novembro, um trabalhador remunerado com salário mínimo precisou dedicar cerca de 86 horas e 46 minutos para comprar a cesta básica. Embora seja um tempo menor do que o registrado em outubro, ainda revela a pressão contínua sobre o custo de vida.
A dúvida agora é se a queda de novembro representa uma tendência de estabilização ou apenas uma oscilação momentânea dentro de um ano marcado por contrastes. Para 2026, o comportamento dos alimentos essenciais será determinante para medir a recuperação do poder de compra e a capacidade das famílias de enfrentar a inflação dos itens básicos.
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