Quando a cultura aquece a economia no interior: Conheça o São João na Roça

Foto: Divulgação Prefeitura de Caruaru

Foto: Divulgação/Prefeitura de Caruaru

Tradição junina nas comunidades rurais de Caruaru movimenta dinheiro, valoriza artistas locais e mostra que cultura também é desenvolvimento.

Muito além do palco e do forró pé de serra, o São João na Roça é uma engrenagem importante da economia criativa de Caruaru. De abril a maio, a festa passa por 13 comunidades rurais, garantindo renda para moradores, visibilidade para artistas locais e movimentando pequenos negócios. É a cultura tradicional gerando desenvolvimento de forma direta — e com sotaque nordestino.

Como o São João gera renda e oportunidades

Iniciado no dia 25 de abril no Sítio Lajes, o São João na Roça percorre localidades da zona rural de Caruaru até o dia 24 de maio. São 13 comunidades beneficiadas diretamente com o evento. Em cada localidade, a festa inclui palcos, atrações musicais, barracas de comida, brinquedos e programação cultural tradicional — tudo com a cara do interior.

Entre as atrações, o protagonismo é do forró raiz. Segundo a Fundação de Cultura de Caruaru, 65% dos artistas contratados para o São João na Roça são da própria cidade. Isso garante visibilidade, circulação de dinheiro e valorização da música regional. E não para por aí: também há apresentações de bacamarteiros, quadrilhas juninas e bandas de pífanos, reforçando o compromisso com a preservação das raízes culturais.

Mas a festa não é feita só de palco. Cada comunidade recebe estrutura para barracas e brinquedos, operados por comerciantes locais. Ou seja: moradores ganham oportunidade real de vender comidas típicas, bebidas, doces, artesanato e gerar renda com o fluxo de visitantes.

Impacto econômico real no campo

Apesar de ser visto por muitos apenas como um evento cultural, o São João é um motor importante da economia de Caruaru. De acordo com a prefeitura, o São João 2025 deve gerar mais de R$ 200 milhões em impacto econômico na cidade, somando todos os polos — urbanos e rurais. Só no São João na Roça, estima-se que milhares de pessoas circulem pelas comunidades participantes, o que aquece a economia local e fortalece o sentimento de pertencimento.

As comunidades, muitas vezes esquecidas fora do período junino, tornam-se palco de oportunidades. Pequenos negócios lucram, artistas se conectam com novos públicos e o turismo cultural se fortalece. Para especialistas em economia criativa, esse tipo de evento representa uma forma eficiente e sustentável de descentralizar investimentos, levando cultura e renda para além da capital e dos grandes centros urbanos.

Tradição como estratégia de desenvolvimento

A força do São João na Roça mostra como a valorização das tradições pode ser um caminho inteligente para gerar desenvolvimento. Ao investir nas festas descentralizadas, levando estrutura e programação cultural para as comunidades rurais, Caruaru consegue movimentar a economia local e fortalecer os vínculos culturais da população com o território onde vive.

Em vez de concentrar tudo no centro da cidade, a festa se espalha, alcançando quem geralmente fica de fora dos grandes eventos. Isso garante novas oportunidades de renda, estimula o turismo interno e fortalece pequenos negócios. É a identidade cultural sendo usada como motor de crescimento — com resultados visíveis e duradouros.

Especialistas em economia regional observam que esse tipo de ação contribui para descentralizar investimentos e promover inclusão econômica. Quando bem planejadas, festas populares deixam de ser apenas entretenimento e passam a integrar estratégias de desenvolvimento sustentáveis, com impacto direto na vida das pessoas.

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