Regime especial tributário será aplicado no Complexo de Suape e pode atrair empresas inovadoras e exportadoras
Imagine um “território de exportação” dentro de Pernambuco: empresas que produzem para o exterior entrariam nesse espaço especial com benefícios fiscais, cambiais e administrativos. Isso é o que vai acontecer com a criação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Complexo Suape. O governo estadual acaba de formalizar o protocolo com a União e começa uma nova fase de planejamento para consolidar Pernambuco no mapa global do comércio.
Por que uma ZPE em Suape?
Uma ZPE funciona como um “bairro internacional” dentro do país — um espaço onde empresas recebem tratamento diferenciado para produzir e exportar com mais competitividade.
No caso pernambucano, o projeto da ZPE de Suape já passou por estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, desenvolvido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O documento confirma o potencial do empreendimento, que deve receber cerca de R$ 271,5 milhões em investimentos em infraestrutura, acessos e área alfandegada.
Além disso, três empreendimentos âncora, com foco em combustíveis sustentáveis e energia renovável — como hidrogênio verde e e-metanol — já estão confirmados ou em fase de formalização, o que mostra a força da transição energética na economia pernambucana.
O que muda com a ZPE?
Empresas que se instalarem na ZPE terão tratamentos tributários e alfandegários especiais, como isenção ou suspensão de impostos para produtos destinados à exportação. Isso torna o custo de produção mais baixo e aumenta a competitividade internacional.
Outro benefício é a simplificação administrativa, reduzindo a burocracia para importar insumos e exportar produtos. Essa facilidade deve atrair novos negócios, especialmente em setores estratégicos, como o de energia limpa e tecnologia.
Além disso, as novas regras permitem que as empresas possam vender parte da produção para o mercado interno, desde que sigam as tributações normais. Isso dá mais flexibilidade e segurança para os empreendedores que desejam operar em Pernambuco.
Desafios e expectativas
Apesar dos benefícios, a instalação da ZPE traz desafios importantes. Será necessário reforçar a infraestrutura — estradas, portos, energia e logística — e garantir segurança jurídica para os investidores.
Outro ponto é garantir que o desenvolvimento gerado pela ZPE beneficie também as comunidades do entorno de Suape, com geração de empregos qualificados e impactos positivos na economia local.
A governadora Raquel Lyra afirmou que o projeto “vai fortalecer a economia pernambucana e ampliar a capacidade do Estado de atrair investimentos nacionais e internacionais”. Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, destacou que a ZPE “será um divisor de águas para o desenvolvimento econômico de Pernambuco, consolidando Suape como um polo da nova economia verde”.
Com a nova legislação que flexibiliza a atuação das ZPEs no Brasil, o Estado ganha um instrumento moderno para inovar, exportar e gerar empregos. Pernambuco se prepara, assim, para entrar de vez nas cadeias globais de valor, com uma economia mais verde, tecnológica e integrada ao comércio internacional.
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