Startup alagoana supera mais de 600 negócios em competição do BNDES

Foto: Reprodução/Nosso Mangue

(Foto: Reprodução/Nosso Mangue)

Negócio de impacto é voltado ao turismo de experiência de baixo custo.

Concorrendo com outros 604 negócios do país inteiro, a startup alagoana Nosso Mangue, do Pontal da Barra, foi a grande vencedora do Demoday BNDES Garagem 2022.

A empresa concorreu no programa de aceleração de negócios que geram impacto social e ambiental e alcançou o 1ª lugar. A premiação aconteceu no último dia 8.

O Nosso Mangue teve início em 2016, até então com a ideia de ser um projeto voltado para educação ambiental.

Hoje, o negócio de impacto socioambiental já plantou mais de 10 mil mudas de mangue no Pontal da Barra, em uma área equivalente a quatro campos de futebol que era desmatada.

Até o final de 2022, a startup recolheu mais de meia tonelada de resíduos sólidos do manguezal.

Na competição, a startup foi a melhor avaliada em critérios como impacto socioambiental, qualidade do pitch e modelo de negócio. A premiação foi de R$ 20 mil.

Startup atua com recuperação, preservação e conservação dos mangues

A idealizadora do projeto, Mayris Nascimento, foi moradora do Pontal da Barra. A CEO e fundadora diz que a startup não atua apenas com o turismo.

Segundo ela, o Nosso Mangue também foca o trabalho na resolução de problemas socioambientais do bairro, sendo este um dos critérios inovadores dentro do negócio.

“O nosso Mangue consegue atuar dentro de três problemáticas mundiais, desde o combate ou minimização da fome, desmatamento dos manguezais e mitigação dos gases de efeito estufa a partir do sequestro que o mangue realiza dentro do processo fotossintético. O mangue tem essa capacidade de mitigar cerca de 5 a 10% a mais dos gases de efeito estufa quando comparado aos outros biomas”, explica a CEO.

Na área de atuação da startup, é possível perceber indicadores positivos na regeneração da fauna e da flora. Como, por exemplo, a evolução das espécies de plantas e animais na cadeia reprodutiva. 

“Atuamos na recuperação, preservação e conservação de áreas de manguezais para compensação da pegada de carbono. Porém um dos nossos principais pilares é o turismo de experiência com base no turismo regenerativo, ou seja, as pessoas vão vivenciar o manguezal conhecendo a sua importância seus benefícios, às comunidades ribeirinhas que ficam na região, colocar o pé na lama, literalmente, e plantar sua sementinha do bem”, explica Mayris.

Como surgiu o Nosso Mangue

Segundo a fundadora do negócio, o Nosso Mangue surgiu a partir da história de vida da família de Mayris. 

“Tirávamos praticamente toda nossa renda da pesca, então por muitas vezes íamos para a lagoa Mundaú para ter o alimento do dia a dia e poder comercializar esse pescado. O Nosso Mangue se deu a partir das minhas atividades diante de programas sociais ou ambientais dentro da minha comunidade e um deles foi justamente onde trabalhávamos o protagonismo juvenil e desenvolvimento de líderes comunitários”, explica. 

Durante os anos de atuação, a startup contou com auxílio e apoio do Sebrae AL, Senai, Fapeal e Mobilize Gestão Empresarial.

(Foto: Reprodução/Nosso Mangue)
Startup surgiu a partir de programas sociais e ambientais da própria comunidade de Mayris. (Foto: Reprodução/Nosso Mangue)

Planos futuros

Segundo a CEO, o intuito é gerar cada vez mais impacto com o Nosso Mangue, estimulando e fazendo com que a economia gerada pelo negócio circule dentro da comunidade, contratando pessoas e comprando insumos no próprio bairro.

“O impacto pode e deve ser potencializado dentro da comunidade do Pontal da Barra, e criar raízes no solo. Só irei me contentar quando souber o nome de cada pescador e de cada marisqueira, saber das suas histórias e conscientizá-los sobre a valoração neste ecossistema tão importante para a gente”, diz Mayris.

Além disso, Mayris tem como objetivo aproximar a comunidade do mangue para vivenciar cada vez mais o ecossistema, enquanto os moradores o protegem.

O Demoday BNDES Garagem 2022 foi focado em impulsionar negócios de impacto que queiram contribuir para a resolução de desafios sociais ou ambientais.

A metodologia de aceleração do programa contou, ainda, com a parceria de três organizações referências no ecossistema de empreendedorismo: Artemisia, Wayra e Liga Ventures.

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